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Angina de peito

Angina de peito

O que é
Angina de peito (angina pectoris) é a descrição utilizada para caracterizar a dor torácica causada pela falta de sangue (isquemia) que acomete o músculo cardíaco. A angina é quase sempre relacionada a doenças que causam obstrução nas artérias responsáveis por  levar sangue ao coração, as coronárias. 

Causas
A maior causa de angina é a denominada aterosclerose, ou seja, a deposição de placas de gordura dentro dos vasos (coronárias) responsáveis por levar sangue ao músculo do coração. Em situações nas quais o entupimento atinge mais de 70 % do diâmetro do vaso, o coração, ao ser submetido a uma demanda aumentada, como esforço físico ou estresse emocional, tem uma oferta de oxigênio insuficiente para aquela demanda, levando à chamada isquemia e com isso à angina de peito. A aterosclerose, por sua vez, é multifatorial, sendo principalmente relacionada a outras doenças ou fatores de risco, como idade avançada, hipertensão, diabetes, hipercolesterolemia, tabagismo, histórico familiar e sedentarismo. 

Principais sintomas
A angina se manifesta como uma sensação de dor ou desconforto no centro do peito, de localização mal definida, mais comumente descrita como aperto, peso, sufocação, queimação ou estrangulamento. 

Costuma ser desencadeada por esforço físico, estresse emocional ou frio intenso e é aliviada com repouso, ocorrendo em crises que duram de cinco a quinze minutos. Pode se irradiar para pescoço, braço, ombros, mandíbula ou mais raramente para as costas. 

Sintomas como ânsia, náusea, indigestão, suor frio, falta de ar e palidez podem acompanhar as crises. Dor de localização muito bem definida (apontada com a ponta de um dedo) ou de duração fugaz (alguns segundos apenas) geralmente não é angina. 

Nos casos em que a dor ocorre de maneira intensa, súbita e muito prolongada, o indivíduo provavelmente está sofrendo um infarto do miocárdio, uma manifestação grave que significa entupimento súbito e total de um vaso do coração e demanda atendimento imediato devido ao risco iminente de morte ou graves complicações. 

Diagnóstico
O diagnóstico inicialmente é clínico, baseado nos sintomas e fatores de risco apresentados pelo paciente, e em seguida alguns exames são utilizados para pesquisar a causa e confirmar o diagnóstico. 

Podem ser utilizados exames de estresse, como o teste ergométrico, em que o paciente é submetido a um esforço físico controlado em esteira enquanto uma máquina (eletrocardiograma) lê os batimentos cardíacos e detecta sinais de isquemia quando o coração atinge um determinado nível de aceleração. Também podem ser usados com o mesmo propósito o ecocardiograma de estresse e a cintilografia com medicina nuclear, sendo em determinadas situações usadas substâncias que provocam estresse no coração nos indivíduos que não conseguem se exercitar (estresse farmacológico). 

Já o exame que confirma definitivamente se a pessoa apresenta obstrução nas artérias coronárias é o cateterismo cardíaco. Em alguns casos, mais recentemente vem ganhando espaço a tomografia computadorizada das artérias coronárias. Esses dois últimos exames têm como desvantagem o uso de contraste à base de iodo. 

Tratamento
Além do tratamento dos fatores de risco (controle da pressão e diabetes, cessação do tabagismo), existem vários medicamentos capazes de aliviar os sintomas e até mesmo reduzir a chance de morte ou infarto nos pacientes com angina. 

Para alívio imediato, são utilizados os nitratos, medicamentos com efeito de dilatar os vasos do coração e usados pela via sublingual durante as crises de angina. Para impedir o aparecimento das crises, são comumente utilizados os betabloqueadores, remédios capazes de reduzir os batimentos cardíacos e poupar a energia do coração em situações de alta demanda, com isso diminuindo a isquemia.

Em casos mais graves, podem ser feitas intervenções a fim de desobstruir as artérias entupidas. Uma delas é a angioplastia, procedimento no qual um balão dilata, pelo próprio cateterismo, o vaso com obstrução, sendo colocada uma armação de metal (stent) para manter o vaso aberto. Outra alternativa é a cirurgia de revascularização do miocárdio, em que enxertos (vasos retirados ou desviados do próprio paciente, como a veia safena) são usados para criar novos caminhos para o sangue chegar ao músculo cardíaco de maneira adequada, desviando da obstrução. 

Cada procedimento tem vantagens e desvantagens que devem ser discutidas caso a caso com o médico, paciente e familiares. Vale ressaltar que de nada adianta o procedimento se os fatores de risco não forem combatidos. Também não existe qualquer evidência científica de que esses procedimentos devam ser feitos rotineiramente em indivíduos assintomáticos, apenas pela presença da obstrução em si. Em todos os casos, independente do tratamento, o indivíduo portador de obstrução nas coronárias deve tomar indefinidamente o ácido acetilsalicílico (AAS – Aspirina), a fim de evitar formação de coágulos dentro das coronárias e assim prevenir a ocorrência de infarto do miocárdio.

Prevenção
A prevenção da angina passa pela adoção de hábitos saudáveis, como dieta, exercício e evitar o fumo, além de tratamento precoce dos fatores de risco, sobretudo diabetes, pressão alta e colesterol alto. 

Incidência no Brasil
No Brasil, dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde(DATASUS) mostram que a causa cardiovascular corresponde a quase 30% das causas de morte. Dados epidemiológicos de outros países sugerem que, após 65 anos, 10 a 15 % das pessoas tenham angina em algum momento, e quantidade igual ainda pode apresentar isquemia silenciosa.

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Arritmias

Arritmias

O que é

As arritmias são alterações no ritmo cardíaco normal. Na maioria das pessoas os batimentos cardíacos giram em torno de 60 a 100 por minuto, com variações nas situações de repouso ou esforço físico. Alterações nesse funcionamento podem fazer o coração bater em ritmo acelerado (taquicardia) ou lento demais (bradicardia). A maioria das arritmias são benignas e não causam sintomas, porém outras podem provocar sensação de palpitações, desmaios e risco de morte.

As arritmias podem se originar na parte superior (átrios ou supraventriculares) ou inferior do coração (ventrículos). Dentre as arritmias supraventriculares destacam-se as extra-sístoles atriais; as taquicardias paroxísticas (curtos circuitos no coração), vias acessórias (Wolf-Parkinson-White), taquicardia atrial, flutter e fibrilação atrial. A fibrilação atrial é bastante frequente na prática clínica. Trata-se de uma alteração no ritmo cardíaco caracterizada por contrações rápidas e não coordenadas dos átrios, que atinge boa parte da população, especialmente na terceira idade.

Nos ventrículos, a mais frequente é a extra-sístole, batida anormal que se assemelha a uma falha ou tranco no coração, que geralmente não necessita tratamento. Já a taquicardia ventricular pode, em algumas situações, prejudicar o funcionamento do coração, resultando em sensação de batedeira, tontura e até desmaios, requerendo atendimento imediato. Em casos extremos ela pode levar à parada cardíaca e morte cardíaca súbita. Boa parte desses casos poderiam ser evitados se fossem diagnosticados precocemente.

Causas

Boa parte das arritmias não tem uma causa bem definida, sendo algumas de nascença. Outras são decorrentes de problemas no músculo do coração, como infarto, insuficiência cardíaca ou doença de Chagas. Doenças nas válvulas do coração também costumam cursar com arritmias.

O ritmo das batidas do coração também pode ser modificado pelo uso de medicamentos ou por condições como disfunção da tireóide, anemia, desidratação, infecções, estresse, atividade física e ansiedade.

Sintomas

Os principais são palpitações, fraqueza, tonturas, sudorese, desmaios, confusão mental, falta de ar, mal-estar e sensação de peso no peito. Mas é importante lembrar que muitas arritmias não provocam quaisquer sintomas.

Em casos de fibrilação atrial e flutter atrial, a arritmia pode levar à formação de coágulos no coração, provocando derrames (AVC). Já as taquicardias ventriculares malignas podem comprometer a função cardíaca levando à morte súbita. Nesses casos, o atendimento médico imediato é fundamental.

Diagnóstico

Primeiramente é feita uma avaliação clínica, exame físico e eletrocardiograma. Em alguns casos é preciso uma investigação mais detalhada, como o teste ergométrico, o Holter - que registra o batimento cardíaco do paciente em suas atividades cotidianas 24 horas por dia, ou o Web-Loop, chamado monitor de eventos, capaz de transmitir o traçado eletrocardiográfico, por meio da internet, no momento do sintoma. Em casos de desmaio, pode ser necessário o tilt test ou teste da mesa inclinada.

Quando não é possível identificar o problema por esses métodos não invasivos, a opção é o estudo eletrofisiológico, que é o cateterismo cardíaco específico para avaliar os distúrbios do ritmo cardíaco. Nesse exame, cateteres com eletrodos são inseridos no coração pela veia localizada na virilha para que seja feito o diagnóstico e localização do foco de origem da arritmia.

Tratamento

Muitas arritmias não necessitam tratamento. Dependendo do tipo e intensidade da arritmia, pode ser necessário o uso de medicamentos, além de mudanças no estilo de vida. A reversão de algumas arritmias, como o flutter atrial, pode requerer a aplicação de um choque no tórax (cardioversão elétrica), procedimento que é feito sob sedação e, muitas vezes, em nível ambulatorial. Em alguns casos de taquicardia (aceleração do coração), a realização da ablação por cateter é muito efetiva e muitas vezes curativa. Essa técnica consiste na cauterização do foco da arritmia durante o estudo eletrofisiológico.

Nos casos de bradicardias (coração lento), os marca-passos – equipamentos que emitem impulsos elétricos para corrigir falhas no ritmo dos batimentos – podem ser implantados embaixo da pele oferecendo excelente controle do ritmo cardíaco. Atualmente, esses aparelhos são muito pequenos, não comprometendo o estilo de vida do paciente.

Já nos pacientes com taquicardia ventricular grave (com risco de morte), pode ser implantado um marca-passo especial chamado desfibrilador automático, que faz a detecção do ritmo cardíaco alterado e libera um choque ressuscitador que corrige a pulsação.

Existem também marcapassos especiais que auxiliam no tratamento de algumas formas de insuficiência cardíaca (corações enfraquecidos), chamados de ressincronizadores. Nessas circunstâncias, o coração não bombeia sangue adequadamente porque a contração do músculo ocorre de maneira desorganizada. O marcapasso ajuda a corrigir esse distúrbio (dissincronia).

Prevenção

Além da prática de exercícios físicos e alimentação balanceada (baixa ingestão de sal e gorduras), é essencial a avaliação médica regular (check-up) e o controle de fatores de risco de doenças como diabetes, obesidade, hipertensão e tabagismo.
 

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Doença arterial coronariana (DAC)

Doença arterial coronariana (DAC)

O que é
A doença arterial coronariana (DAC) é o resultado da obstrução das artérias coronárias - os vasos sanguíneos que irrigam o músculo do coração. O conjunto de artérias coronárias constitui a circulação coronária.

As artérias coronárias podem ser obstruídas por placas de gordura que vão se depositando em seu interior. Esse processo é denominado aterosclerose.

Denomina-se isquemia miocárdica a má irrigação do músculo cardíaco decorrente de obstrução da circulação coronária. A isquemia miocárdica que ocorre durante um episódio de angina é temporária: um estado em que a irrigação do músculo cardíaco não é suficiente para suprir suas necessidades para a intensidade de trabalho que realiza. 

A isquemia cessa com a suspensão da atividade física que desencadeou a angina e retorna a um patamar de atividade cardíaca mais baixa ou com uso de nitroglicerina sublingual, que dilata as artérias coronárias e diminui o trabalho cardíaco.

Sintomas
Apesar de dor ou desconforto no peito ser uma das manifestações mais importantes da doença cardíaca, vale frisar que dor no peito pode também ser sintoma de outro problema, não necessariamente cardíaco.

Os seguintes fatores caracterizam a dor no peito e, de acordo com suas características, sugerem qual a origem da dor: tipo e localização da dor, irradiação da dor para outras regiões do corpo, intensidade, duração, fatores desencadeantes e de melhora e piora da dor. 

A dor no peito, secundária à isquemia miocárdica, tipicamente se manifesta com as seguintes características (ressaltando que, em cada indivíduo, a angina se manifesta sem necessariamente apresentar as características típicas em sua totalidade): dor em aperto, opressão, pressão, peso ou queimação, localizada na região subesternal, ou seja, abaixo do osso esterno (no meio do tórax, entre as costelas). Contudo, a dor pode se localizar em qualquer porção do tórax, mais freqüentemente no meio ou do lado esquerdo, e ainda nos ombros, braços, pescoço, mandíbula, dentes, nas costas (entre as duas escapulas) e até, menos freqüente, na porção superior do abdome. Geralmente se inicia na porção anterior do tórax, pode se irradiar para os ombros, braços, pescoço, mandíbula, dentes e costas.

Fatores desencadeantes da dor
Esforço físico (mais comum) ou emoção. No entanto, o fato de a dor não ser desencadeada por esforço físico ou emoção não descarta que ela seja de origem cardíaca.

Fatores de melhora da dor 
A crise de angina se alivia com o repouso (quando desencadeada por esforço físico) ou com o uso de vasodilatador sublingual. 
A persistência da dor por mais que 10 a 15 minutos pode significar que a crise de angina seja mais grave, ou mesmo tratar-se de um infarto agudo do miocárdio, que representa um estado de oclusão total de uma das artérias. A dor do infarto, ao contrário da angina, costuma ser mais intensa e não cede após alguns minutos, nem com repouso nem com uso de medicamento, e requer atendimento médico o mais breve possível.

Fatores de piora da dor 
A dor de origem cardíaca está relacionada a esforço físico ou emoções. Dor que piora com a movimentação do tórax ou dos braços, com a respiração ou com a alimentação torna menos provável (porém não necessariamente descarta) a dor ser de origem cardíaca e sugere, com maior probabilidade, origem osteomuscular, pulmonar ou digestiva, respectivamente. É bom lembrar que nem sempre a dor de origem cardíaca tem sua manifestação da forma mais típica. Na dúvida, consulte sempre seu médico. O fato de descartar o diagnóstico de angina é tão importante quanto o de definir seu diagnóstico, numa primeira instância.
Intensidade da dor 

Leve a moderada. Dores muito intensas, especialmente se não cederem após 10 a 15 minutos podem representar outra origem para o quadro (como infarto ou ruptura da aorta) ou origem não-cardiovascular. Não perca tempo: procure orientação médica nesses casos.

Duração da dor 
Costuma durar poucos minutos (geralmente de 5 a 10 minutos e nunca mais de 30 minutos) e cede com a suspensão do evento desencadeador ou com o uso de medicação.
Fatores associados que acompanham a dor 
A angina pode ser acompanhada de falta de ar, suor frio e náuseas. A ausência desses sintomas não significa que a dor não seja de origem cardíaca.

Prevenção
Leve uma vida saudável. Controle os fatores de risco.
Tente manter seu peso próximo ao ideal para sua idade e altura, adote dieta saudável, controlando os níveis de gordura e evite sedentarismo. Se é hipertenso ou diabético, controle-os da melhor maneira possível.

Consulte seu médico sempre que tiver alguma dúvida.

A atividade física, de maneira geral, é benéfica para o coração. Seu médico o orientará quanto ao grau de atividade física adequado para seu caso e se você deve exercer atividade física em ambiente supervisionado ou não.
A atividade sexual não deixa de ser um exercício físico e, está associada a uma elevação da freqüência cardíaca e da pressão arterial; por isso requer maior trabalho cardíaco. Na maioria dos casos, não existe restrições para pacientes portadores de angina.

Tratamento
O tratamento da doença arterial coronária envolve três possíveis abordagens. Dependendo de cada caso, o médico definirá a melhor conduta a ser seguida.

Tratamento medicamentoso 
Consiste no uso de remédios para diminuir a possibilidade de isquemia miocárdica. Os remédios usados para este fim dilatam os vasos sanguíneos e aumentam o fluxo de sangue ao coração, diminuindo o trabalho cardíaco de tal maneira que o fluxo de sangue diminuído pela obstrução coronária seja suficiente para suprir as necessidades do coração. 

A aspirina, geralmente utilizada em doses baixas (apresentação infantil, por exemplo), “afina o sangue”, ou seja, diminui a possibilidade de ocorrer a formação de coágulos na circulação coronária, que podem entupir as artérias e até levar ao infarto. 
Os medicamentos a base de nitroglicerina e os bloqueadores de cálcio são vasodilatadores coronarianos, ao passo que os da classe denominada “betabloqueadores” diminuem o trabalho cardíaco.

Angioplastia coronária 
- A angioplastia é realizada por meio da introdução de um cateter especial em uma artéria do braço ou da perna – e consiste na dilatação de uma obstrução coronária. Esse cateter possui um balão na sua ponta, que esmaga a placa de aterosclerose ao ser insuflado. 
- O “stent” é um dispositivo metálico (semelhante a um “bobe de cabelo”) que é implantado no local da obstrução coronária, a fim de manter a artéria desobstruída e diminuir a possibilidade de recorrência do problema.

Tratamento cirúrgico
Revascularização do miocárdio (conhecida popularmente como "ponte de safena"). Essa cirurgia utiliza segmentos das veias da perna (veia safena) ou de artérias - mais comumente a artéria mamária e da parede torácica (mas podem ser utilizadas outras artérias do braço e até do estômago) para unir o trecho sem obstrução ao obstruído, oferecendo, desta maneira, uma rota alternativa ao fluxo sanguíneo que não passe pela obstrução (daí o termo "ponte").

Fatores de Risco
Alguns fatores são reconhecidos como sendo de risco para o desenvolvimento do processo aterosclerótico e, consequentemente, da doença coronariana. Entre eles: 
-. Histórico familiar de doença coronariana em idade jovem, 
-. Tabagismo, 
-. Sedentarismo, 
-. Obesidade, 
-. Diabetes, 
-. Hipertensão arterial e 
-. Níveis elevados de gorduras no sangue, particularmente o colesterol.

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Colesterol

Fator de risco: Colesterol

O que é

O colesterol é um composto orgânico complexo vital para o funcionamento do organismo. Presente no sangue e em todos os tecidos, ele contribui para a produção do hormônio cortisol e dos hormônios sexuais, de vitamina D, de ácidos envolvidos na digestão de gorduras e também tem papel importante na estrutura e regeneração das células dos animais.

Embora a maior parte do colesterol nos seres humanos seja produzido pelo próprio organismo, ele pode ser obtido em alimentos como ovos, carnes e leite integral. Sua presença é indispensável para o funcionamento equilibrado das funções vitais, porém, quando em excesso na circulação sanguínea, ele pode trazer algumas complicações. 

A mais comum delas é a formação de placas de gordura nas artérias que levam ao endurecimento e entupimento dos vasos sanguíneos, a denominada aterosclerose. Com a obstrução dos vasos, o coração recebe uma quantidade menor de oxigênio e nutrientes, tendo suas funções comprometidas e levando a doenças como angina, infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca e até a morte súbita. Quando acomete as artérias carótidas e cerebrais, pode levar até a acidentes vasculares cerebrais (AVC) ou derrames. 

A causalidade entre a elevação do colesterol do sangue e as doenças cardiovasculares foi demonstrada em robustos estudos que envolveram mais de 800.000 indivíduos seguidos por até cinco décadas e esta relação indubitável é reconhecida em meios Acadêmicos sérios, pelas Sociedades Médicas, pela Organização Mundial da Saúde e agências regulatórias como o FDA dos EUA e a EMEA na Europa.

Tipos e causas

O que influencia se o colesterol é saudável ou prejudicial a saúde é o tipo da lipoproteína (pequena estrutura formada por lipídios e proteínas) que carrega os lipídeos na circulação que predomina no sangue. Existem, portanto, dois tipos de colesterol: o bom e o ruim. A HDL (High Density Lipoprotein, em inglês) recolhe o colesterol acumulado nos vasos sanguíneos para eliminá-lo pelo fígado. Já o ruim, a LDL (Low Density Lipoprotein), quando acumulada, pode provocar o entupimento das artérias. 

A LDL carrega o colesterol do fígado para as artérias. Dessa forma, quanto mais alto LDL-colesterol, ou seja, o colesterol carregado pelas LDL, e mais baixo o HDL-colesterol (aquele carregado pelas HDL) maior será o risco de doenças cardiovasculares, o contrário com raríssimas exceções também é verdade. 

Dentre as causas de LDL-C elevado podemos citar alimentação desbalanceada, excesso de peso, uso de alguns medicamentos como corticosteroides e para tratamento do HIV e causas genéticas. Destas últimas devemos enfatizar a hipercolesterolemia familiar (HF) que afeta um em cada 260 pessoas no Brasil, que tem transmissão autossômica dominante, ou seja, afeta 1 em cada 2 indivíduos na mesma família e adianta em 10-15 anos, se não tratada, o risco de problemas cardiovasculares.

Obviamente o papel do LDL-colesterol como causa de doenças cardiovasculares é potencializado pela presença de outros fatores de risco como diabetes, tabagismo e pressão alta.

Fatores de risco

Alimentação rica em gordura saturada, excesso de peso, sedentarismo, consumo abusivo de bebidas alcoólicas, estresse, hereditariedade, idade e sexo. As mulheres costumam ter um aumento no nível do colesterol ruim após o início da menopausa.

Sinais, sintomas e diagnóstico

O colesterol elevado não tem obrigatoriamente sintomas. Em raros casos o excesso de colesterol do sangue pode levar a formação de nódulos nos tendões (xantomas) e manchas amarelas em volta dos olhos (xantelasmas). Na maioria das vezes, os sinais aparecem em consequência da formação das placas de gordura nas artérias, quando a situação já pode estar avançada. 

Quando atinge as artérias coronarianas, levando à angina do peito e infarto do miocárdio, os sintomas mais comuns são dores no peito (peso, aperto, queimação ou até pontadas), falta de ar, sudorese, palpitações e fadiga. Nas artérias cerebrais, os sintomas neurológicos que levam ao acidente vascular cerebral podem ser formigamentos, paralisias, perda da fala e sonolência. 

É fundamental avaliar os níveis de colesterol regularmente. Para aqueles que têm histórico familiar de doenças cardiovasculares precoces, ou seja, em familiares de primeiro grau do sexo masculino (pai e irmãos) e feminino (mãe e irmãs) que sofreram um evento cardiovascular respectivamente antes dos 55 e 65 anos, ou de colesterol alto na família, o acompanhamento deve ser feito desde a infância. A partir dos 20 anos, a medição deve ser de cinco em cinco anos. Caso esteja alterado devera ser checado mais regularmente a critério médico. 

O diagnóstico e o acompanhamento são feitos por meio de um exame sanguíneo, que avalia as taxas do colesterol total, do HDL-colesterol e do LDL-colesterol. Outro tipo de lipoproteína rica em colesterol denominada lipoproteína(a) ou [Lp(a)] pode ser determinada em casos de pessoas com doença cardiovascular precoce familiar, nos casos de hipercolesterolemia familiar,  ou quando o LDL-colesterol não é reduzido de forma eficaz pelo tratamento com estatinas. 

Tratamento e redução do risco cardiovascular 

A intensidade do controle do colesterol com alimentação e ou medicamentos depende do risco cardiovascular do indivíduo. Em indivíduos de alto risco, principalmente aqueles que já sofreram um evento cardiovascular, em diabéticos, em indivíduos com vários fatores de risco associados, quando existe extensiva aterosclerose subclínica (presença de placas coronárias em exames como angiotomografia de coronária ou escore de cálcio)  ou nos portadores de hipercolesterolemia familiar recomenda-se controle intensivo do LDL-colesterol (reduções superiores a 50% dos valores iniciais do indivíduo). 

Em indivíduos com graus menores de risco o controle pode ser menos intensivo, reduções de 30-50%. Além de alimentação pobre em gorduras saturadas, com aumento no consumo e mono e poli-insaturados (óleos de oliva, canola e soja) recomenda-se mudanças no estilo de vida como cessão do tabagismo, atividade física regular e perda de peso se houver obesidade.

Existem medicamentos que atuam na diminuição dos níveis do LDL-colesterol, o colesterol ruim, e podem levar a um pequeno aumento nos índices do bom colesterol. Além das estatinas e ezetimiba (um medicamento que reduz a absorção do colesterol no intestino) atualmente estão disponíveis no Brasil potentes agentes biológicos que ajudam a reduzir o colesterol, estes últimos são denominados inibidores da PCSK9. 

É importante enfatizar que quando bem indicados e em indivíduos sob-risco esses medicamentos reduzem de forma significativa o risco de infartos, derrames, necessidade de cirurgias cardíacas e angioplastias e até mesmo o risco de morte. O benefício será proporcional ao risco, ao tempo de tratamento e a redução do LDL-colesterol. 

Os benefícios dos tratamentos superam em muito possíveis eventos adversos como problemas musculares ou risco de aparecimento de diabetes (estes vistos apenas com as estatinas em indivíduos predispostos). 

Prevenção do colesterol alto

A melhor forma de prevenir o aumento do colesterol ruim é aliar exercícios físicos à alimentação saudável, evitando o consumo exagerado de gorduras saturadas, óleos de coco e dendê, carne vermelha em excesso, gema de ovo, manteiga, laticínios, mortadela, salame, queijos amarelos e alimentos industrializados.

A redução do consumo de álcool e a cessação do tabagismo também são indispensáveis para a manutenção da saúde e dos níveis de colesterol (cigarro reduz o HDL-colesterol). Entretanto, é importante lembrar que em indivíduos com predisposição genética a colesterol alto a dieta embora possa ajudar será insuficiente na maioria dos casos.

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Fibrilação Atrial​

Fibrilação Atrial​

O que é

A fibrilação atrial (FA) é a arritmia cardíaca sustentada mais frequente, responsável por 33% de todas as internações por arritmia. Ocorre entre 1% e 2% na população geral, aumentando significativamente com o envelhecimento e com a presença de doenças cardíacas.

A FA é uma arritmia cardíaca caracterizada pela completa desorganização da atividade elétrica dos átrios (câmaras superiores do coração) e consequente perda da contração atrial. A FA está associada ao AVC (derrame) em pacientes com fatores de risco (idosos, coração dilatado, pressão alta, diabetes, etc.) a ao desenvolvimento de insuficiência cardíaca (coração fraco). 

Apesar do diagnóstico fácil pelo eletrocardiograma característico, pacientes com FA apresentam peculiaridades clínicas com implicações na conduta a ser tomada, como as decisões de reverter ou não a arritmia (com remédios ou cardioversão elétrica), controlar a frequência cardíaca e a necessidade do uso de anticoagulantes para prevenir o AVC.

Causas

Pode não ter causa aparente, mas muitas vezes se desenvolve em corações doentes, como na insuficiência cardíaca (coração fraco), infarto e problemas nas válvulas. Alterações na tireóide e uso excessivo de bebidas alcoólicas também podem promover a FA. Atletas de meia idade (> 40 anos) têm maior chance de desenvolver a arritmia.

Sintomas

Pode ser totalmente assintomática ou causar sintomas como palpitações, dor torácica, falta de ar, cansaço, tontura ou desmaio. De um modo geral, pacientes com FA intermitente (início e término espontâneos) costumam ser mais sintomáticos. Já os pacientes mais idosos costumam ter menos sintomas. Algumas vezes, a primeira manifestação da arritmia é o derrame (AVC).

Diagnóstico

A avaliação clínica, o exame físico e o eletrocardiograma geralmente são suficientes para o diagnóstico. A simples tomada do pulso, que caracteristicamente é bastante irregular, é valiosa na detecção da arritmia. Exames como o Holter de 24 horas a 7 dias, o monitor de eventos externo e o monitor de eventos implantável, capaz de monitorar o ritmo cardíaco por até 3 anos, podem ser necessários. 

Recentemente, aplicativos de celular e relógios capazes de avaliar o ritmo cardíaco têm sido investigados para detecção da FA.

Tratamento

A maioria dos casos pode ser tratada com medicamentos e mudanças no estilo de vida (exercícios físicos, perda de peso) e controle de condições predisponentes como apneia do sono). É absolutamente fundamental o uso de medicações anticoagulantes (para afinar o sangue) para prevenir o AVC em pacientes com fatores de risco. Atualmente, a ablação por cateter é uma ótima opção de tratamento, especialmente nos pacientes mais jovens com coração normal e que apresentam sintomas. 

A abordagem mais empregada é o isolamento elétrico das veias pulmonares (vasos que levam o sangue do pulmão para o coração), que pode ser obtido com a ablação por radiofrequência (energia a calor) utilizando mapeamento eletroanatômico tridimensional ou a crioablação (energia a frio) com balão. 

Os resultados da ablação por cateter dependem do tipo e das condições clínicas associadas. Os melhores resultados são obtidos em pacientes com FA intermitente (paroxística) sem outras doenças associadas. A taxa de sucesso em longo prazo é cerca de 70 a 80%.

Prevenção

O controle dos fatores de risco cardiovascular, tais como a hipertensão arterial, diabetes, apneia do sono, sedentarismo e obesidade, podem ajudar a prevenir e / ou controlar a FA. Também é importante tratar adequadamente as doenças do coração associadas ao desenvolvimento da FA, especialmente a insuficiência cardíaca.

Hipertensão arterial

Conhecida popularmente como pressão alta, a hipertensão arterial é a elevação dos níveis de pressão sanguínea nas artérias. Ela é considerada alta quando atinge valores acima de 12 por 8 (120 por 80 mmHg).

Causada principalmente pelo consumo excessivo de álcool e cigarro, sedentarismo e excesso de peso, é uma doença silenciosa, pois não apresenta sintomas específicos.

Apesar do fácil acesso a equipamentos de medição de pressão, o diagnóstico e as orientações de tratamento devem ser sempre feitos pelo médico, que é habilitado para identificar o grau da hipertensão e outros fatores associados que devem ser considerados para tratar as alterações de pressão.

Quando não ou mal tratada, a hipertensão pode trazer sérios riscos à saúde, afetando órgãos importantes como cérebro, coração e rim e causando doenças como insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência renal.

Por isso, o controle dos níveis de pressão arterial e a adoção de hábitos saudáveis – alimentação balanceada, exercícios físicos regulares, cessação do tabagismo e redução do consumo de álcool-, são fundamentais para a saúde.

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Insuficiência Cardíaca

Insuficiência Cardíaca

O que é

A insuficiência cardíaca é uma síndrome clínica caracterizada pela incapacidade do coração de atuar adequadamente como bomba, quer seja por déficit de contração e/ou de relaxamento, comprometendo o funcionamento do organismo, e quando não tratada adequadamente, reduzindo a qualidade de vida e a sobrevida.

Tipos

Pode ser considerada sistólica, quando existe déficit de contração e/ou diastólica, na presença de alteração de relaxamento das câmaras cardíacas, além disso, pode acometer os ventrículos esquerdo e/ou direito.

Causas

A insuficiência cardíaca é considerada a via final comum das agressões sobre o coração e neste contexto, os fatores de risco cardiovasculares estão diretamente relacionados quer seja de forma independente, como a hipertensão arterial ou em conjunto (diabetes, hipertensão arterial, tabagismo, dislipidemia, sedentarismo) culminando no desenvolvimento da doença arterial coronariana que pode levar ao infarto agudo do miocárdio ou diminuição da performance do coração por déficit crônico de perfusão do músculo cardíaco. 

Outras causas incluem doenças que acometem as válvulas cardíacas (degenerativas ou inflamatórias, como a doença reumática), doenças congênitas, etilismo, doenças genéticas, auto-imunes, inflamatórias (periparto), por toxicidade (tratamento de câncer, anorexígenos e simpatomiméticos) e também infecciosas (mais comumente virais ou mediada por parasitas, como o Trypanossoma cruzi, responsável pelo desenvolvimento da doença de Chagas).  

Pela incapacidade do coração em se contrair e/ou relaxar adequadamente, existe um acúmulo progressivo de sangue nos pulmões, levando a intolerância ao exercício, falta de ar ao deitar, fraqueza, astenia, tosse seca e também, devido ao acúmulo de sangue no organismo como um todo, inchaço nas pernas e abdome.

Diagnóstico

O diagnóstico da insuficiência cardíaca é clínico, através da história contada pelo paciente de intolerância aos esforços, falta de ar ao deitar e inchaço nos membros inferiores ou abdome, aliado aos achados do exame físico de acúmulo de sangue nos pulmões e no organismo como um todo.

O exame que confirma a insuficiência cardíaca é o ecocardiograma e substâncias produzidas pelo coração insuficiente também podem auxiliar no diagnóstico, como o peptídeo natriurético tipo B, conhecido como BNP. Parte fundamental do diagnóstico é tentar estabelecer a causa, uma vez que pode implicar em tratamentos específicos.

Por se tratar de uma doença que leva a acúmulo de líquido nos pulmões e no organismo como um todo, o uso de diuréticos e orientação de restrição de ingesta de sal e líquidos para os pacientes sintomáticos é parte fundamental para alívio dos sintomas. 

Nos pacientes compensados em relação ao acúmulo de líquido, a atividade física orientada deve ser estimulada e melhora a qualidade de vida e tolerância ao exercício. 

Atualmente existe uma série de classes de medicamentos que atuam em mecanismos que podem amplificar a lesão do coração e quando utilizados de forma combinada, podem estabilizar ou até mesmo reverter a disfunção cardíaca, melhorando a qualidade de vida e também a sobrevida. 

Destacamos dentre eles os betabloqueadores (carvedilol, succinato de metoprolol ou bisoprolol), antagonistas do sistema renina-angiotensina-aldosterona (captopril, enalapril, losartan, valsartan, entre outros), os antagonistas mineralocorticoides (espironolactona, eplerenona) e mais recentemente um uma combinação de antagonista da angiotensina e inibidor da neprilisina (valsartan / sacubitril). 

Em casos específicos podem ser considerados o uso de marcapasso biventricular que auxilia na ressincronização da contração das câmaras cardíacas e o cardiodesfibrilador implantável, reduzindo o risco de morte súbita (por arritmia). 

Outros procedimentos cirúrgicos podem ser considerados, em especial a correção de cardiopatias congênitas, revascularização miocárdica na presença de doença arterial coronariana obstrutiva e as trocas valvares em situações de comprometimento das válvulas cardíacas.  

Para os pacientes refratários ao tratamento clínico, o transplante cardíaco é uma excelente opção para melhora de qualidade de vida e sobrevida. 

Além disso, os dispositivos de assistência circulatória mecânica (ventrículos artificiais) podem auxiliar a manter o paciente estável após uma lesão aguda do coração com potencial de recuperação (ponte para recuperação pós- infarto ou miocardite), manter o paciente até a realização de um transplante (ponte para o transplante) ou até mesmo na contra-indicação ao transplante (terapia de destino).

Prevenção

A prevenção dos fatores de risco cardiovasculares é fundamental para reduzir o desenvolvimento da insuficiência cardíaca, incluindo o tratamento adequado da hipertensão arterial, diabetes, dislipidemia, tabagismo, sedentarismo. 

Outras ações incluem a melhoria das condições higiênicas e de moradia (visando minimizar a doença reumática e doença de Chagas), redução da ingesta de álcool, acompanhamento de familiares de pacientes com insuficiência cardíaca de causa indeterminada, bem como de pacientes que utilizam certos quimioterápicos.

Incidência

A insuficiência cardíaca acomete qualquer faixa etária e estima-se sua prevalência em 1 a 2% da população, além disso, por se tratar da via final comum de agressões sobre o coração, incide de forma progressiva com o aumento da idade, sendo que após os 70 anos, mais de 10% da população é acometida; após os 55 anos, existe um risco de aproximadamente 30% de desenvolvimento da insuficiência cardíaca.
 

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Infarto do Miocárdio

Infarto do Miocárdio

O que é ?


O infarto do miocárdio, ou ataque cardíaco, é a morte das células de uma região do músculo do coração por conta da formação de um coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo de forma súbita e intensa.

A principal causa do infarto é a aterosclerose, doença em que placas de gordura se acumulam no interior das artérias coronárias, chegando a obstruí-las. Na maioria dos casos o infarto ocorre quando há o rompimento de uma dessas placas, levando à formação do coágulo e interrupção do fluxo sanguíneo, levando a diminuição da oxigenação das células do músculo cardíaco (miocárdio).

O infarto pode ocorrer em diversas partes do coração, depende de qual artéria foi obstruída. Em casos raros o infarto pode acontecer por contração da artéria, interrompendo o fluxo de sangue ou por desprendimento de um coágulo originado dentro do coração e que se aloja no interior dos vasos.​


Sintomas

O principal sintoma do Infarto é dor ou desconforto na região peitoral, podendo irradiar para as costas, rosto, braço esquerdo e, raramente, o braço direito. Esse desconforto costuma ser intenso e prolongado, acompanhado de sensação de peso ou aperto sobre tórax. Esses sinais podem ser acompanhados de suor excessivo, palidez e alteração na frequência cardíaca.

Em idosos, o principal sintoma pode ser a falta de ar. A dor também pode ser no abdome, semelhante à dor de uma gastrite ou esofagite de refluxo, mas é pouco frequente.

Nos diabéticos e nos idosos, o infarto pode ser assintomático, sem sinais específicos. Por isso, deve-se estar atento a qualquer mal-estar súbito apresentado por esses pacientes.


Fatores de risco

Os principais fatores de risco para o infarto são o tabagismo, o colesterol em excesso, hipertensão (pressão alta), diabetes, obesidade, estresse e depressão. Os diabéticos têm de duas a quatro vezes mais chances de sofrer um infarto. Pacientes com familiares próximos (pais ou irmãos) com histórico de infarto também tem mais chance de desenvolver a doença.

Diagnóstico

Além da avaliação clínica dos sintomas, são feitos exames de eletrocardiograma, ecocardiogama e cateterismo.

Tratamento

​O mais importante no tratamento do infarto é a desobstrução da artéria entupida. Existem duas formas de realizar esta desobstrução: angioplastia coronária (desobstrução mecânica) ou fibrinolíticos (desobstrução com medicamentos). No primeiro, um cateter-balão é inserido por meio de uma punção arterial (no punho ou  virilha) e direcionado até o local do entupimento da artéria. 

Esse cateter é inflado par​​a que seja aberta a artéria. Em seguida é colocado um stent (um dispositivo semelhante a uma mola), mantendo a artéria aberta e normalizando a circulação de sangue. Já os fibrinolíticos são medicamentos para dissolução do coágulo. Essa técnica é indicada somente quando não é possível a desobstrução por angioplastia, pois pode causar hemorragias. 

​​Além disso, são associados ao tratamento outros medicamentos que tem por objetivo evitar a formação de novos coágulos, prevenir arritmias e controlar o colesterol, além de favorecer a cicatrização da área afetada.

Prevenção

Além da prática regular de exercícios físicos, alimentação adequada e cessação do tabagismo, o controle dos fatores de risco, como diabetes, hipertensão arterial e colesterol elevado são fundamentais para evitar o entupimento das artérias e consequente infarto.

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Sincope ou Desmaio

Sincope ou Desmaio

O que é


Síncope é um sintoma definido como perda súbita e transitória da consciência secundária a hipoperfusão cerebral difusa. Normalmente apresenta início súbito, curta duração e recuperação espontânea. A gravidade do quadro está na dependência da causa do desmaio.

Causas

Na grande maioria dos casos os desmaios são benignos e provocados por reflexos do sistema nervoso autônomo deflagrado por situações que provocam queda da pressão e/ou frequência cardíaca, como ficar em pé por muito tempo em dias quentes e abafados (síncope vasovagal). Entretanto, pacientes com doenças do coração (infarto, problemas nas válvulas, coração dilatado), o desmaio pode ser decorrente de arritmias graves (síncope cardíaca) requerendo atenção imediata.

Sintomas

A síncope vasovagal geralmente é precedida por pródromos (enjoo, mal-estar, palidez, sudorese, calor, visão embaçada, desequilíbrio). Já os desmaios de causa cardíaca não apresentam pródromos e podem ser precedidos por palpitações.

Diagnóstico

A história clínica, o exame físico e o eletrocardiograma são suficientes em boa parte dos casos. O tilt test (teste da mesa inclinada) pode ser indicado para confirmar a síncope vasovagal. Na suspeita de síncope de origem cardíaca, pode ser necessário o estudo eletrofisiológico. Em casos selecionados, pode ser utilizado o monitor de eventos implantável (pequeno aparelho colocado sob a pele do tórax), capaz de monitorar o ritmo do coração por até 3 anos.

Tratamento

O tratamento da síncope vasovagal é feito com medidas gerais (aumentar a ingestão de sal e água), medicamentos e exercícios físicos específicos (reabilitação autonômica). Casos muito rebeldes e severos podem necessitar implante de marcapasso. Nas síncopes cardíacas, o tratamento é direcionado à doença de base, podendo ser necessário implante de marcapasso ou desfibrilado

 

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